sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

A las Cinco de la Tarde...

Considerado o maior Poeta de língua espanhola desde Cervantes, Federico García Lorca nasceu em Fuente Vaqueros, Andaluzia, em 1898 e viria a morrer, assassinado, em Agosto de 1936.
Notável também, como Pintor, Compositor e Dramaturgo, Lorca estudou Direito em Madrid, onde publicou os primeiros Poemas.
A Música reflectia a sonoridade e linguagem rítmica da sua Poesia.
Depois de ter terminado o curso, viajou para os Estados Unidos e para Cuba.
Grande parte do seu desprezo pelo american way of life, ficou bem demonstrado na obra Poeta em Nova Iorque, publicada apenas em 1940.




Os seus desenhos
seguem a linha gráfica
de outros Poetas
como Jean Cocteau,
em França
ou Mário Cesariny,
em Portugal.
Desenhos oníricos
com um toque
de surrealismo.





Tendo voltado a Espanha criou um grupo de Teatro La Barraca, onde produziu três grandes peças, Bodas de Sangue, Yerma e A Casa de Bernarda Alba, só por si suficientes para lhe garantirem um lugar na Dramaturgia mundial.


As suas ideias socialistas
e o facto de ser homosexual , tornaram-no um dos alvos
a abater pelo conservadorismo católico e franquista.




Apesar de se ter refugiado em Granada, Lorca viria a ser preso, com o argumento de um deputado católico de era"mais perigoso com uma caneta do que outros com o revólver".
Sem ter direito a julgamento, seria executado com um tiro na nuca pelos nacionalistas
e o corpo lançado em lugar desconhecido da Serra Nevada.














Uma das mais brilhantes estrelas da constelação de Poetas surgida durante a 2ª Guerra, Garcia Lorca pertenceu
à Geração de 27, tendo na fase de Madrid, estabelecido amizade com Luís Buñuel ( na foto de fato branco) e Salvador Dali (à esquerda, ainda sem o seu bigode épico). A este último dedicaria mesmo a Ode a Salvador Dali, editada em 1926.

Muita da sua Poesia , Prosa ou Teatro
seria publicada postumamente
e considerada clandestina em Espanha,
até à morte do ditador Generalíssimo Franco.

Este foi o último poema de Lorca.

As seis cordas
A guitarra
faz soluçar os sonhos.
O soluço das almas
perdidas
foge por sua boca
redonda.
E, assim como a tarântula,
tece uma grande estrela
para caçar suspiros
que bóiam no seu negro
abismo de madeira.

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