sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Quino, o Contestatário Tranquilo

O nosso Quino começou a ser assim chamado para evitar confusões com seu tio, também Joaquim como ele e, igualmente, desenhador.
Filho de emigrantes espanhóis, Quino nasceu na Argentina, tendo perdido os pais durante a adolescência.
Mafalda, o seu personagem mais famoso, aparece pela primeira vez em 1964, tendo seis anos depois , começado a ser publicada em Portugal, com grande sucesso.

As interrogações da Mafalda, talvez comuns a muitos de nós, eram acerca da Guerra e da Paz, da Política, da Tecnologia, dos conflitos da Sociedade contemporânea, em resumo.

Apesar do êxito da série, mas para não cansar ou esgotar o tema, Quino terminou com as criações da Mafalda em 1973, o que mostra bem a actualidade do personagem, pois este continua bem vivo entre nós. Provam-no as sucessivas antologias ou colecções que, desde então, continuam a ser editadas.
Deixamos aqui a resposta de Quino a uma jornalista que lhe perguntou, Arrependeu-se alguma vez de a ter criado?
- Não, de modo nenhum.Fi-lo com grande entusiasmo. Só que, a partir de determinado momento transformou-se numa personagem opressiva, numa obrigação, e então deixou de ser divertido, comecei a ficar farto.



Apesar de "estrela" incontestada, Mafalda tem alguns coadjuvantes de peso como é o caso de Manelinho, o pequeno materialista, Filipe o tímido de serviço, Susaninha a futura mãe família, Liberdade, Gui ou Miguelito.
E claro está, não nos podemos esquecer dos pacientes pais da diva...



Mudemos, também nós de capítulo, com a situação da Mafalda
a ouvir na rádio:
" O Papa fez um apelo à Paz..."
"...e deu ocupado como sempre,
não é?" pronta pergunta da petiza, que está prestes a fazer 44 anos.
Nos seus auto retratos, Quino desenha-se sempre muito parecido com Woody Allen, embora na realidade não o seja that much.
Há mais de trinta anos a viver em Itália, Milão, Quino tem apostado na criação de cartoons que são depois agrupados em livros, editados nos mais diversos países.
Fino observador das burocracias do dia-a-dia, das prepotências do mercado do trabalho, dos excessos militarizados, das pieguices dos amores lamechas, Quino, após se ter libertado da Mafalda, é um dos mais argutos e perspicazes analistas dos nossos ridículos quotidianos.






Aqui ficam alguns dos seus trabalhos para os saborearem
com toda a tranquilidade,
como diz o outro...


































































Este post foi sugerido por uma Mafalda(?)...mas que mais não disse.

4 comentários:

  1. Assim, sim! Gracias! Dizes que Quino acabou com a Mafalda em 1973. Pois eu nasci precisamente em 1974 para que ninguém tivesse saudades. Aquilo da "homóloga" nem estava assim tão errado. Posso perfeitamente ser a homóloga "tuga" da Mafalda do Quino. Quem já me ouviu contestatar sabe bem disso.

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  2. O Lourenço que o diga...
    Agora vamos ver se começas a participar mais, mas please elimina de uma vez o Anónimo...

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  3. E como é que isso se faz???

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