Este livro que, pouco depois do 25 de Abril, surgiu como uma pedrada no charco e símbolo da esperada liberdade na escrita, que tardava a aparecer, chegou rapidamente aos 100 000 exemplares em 14 edições ( no total alcançaria a 31a edição).
É uma obra cheia de humor, bom humor, que mistura os géneros ingénuo, lírico, trágico e cómico, com personagens delirantes
como o Bigodes Piaçaba ou o Bexigas Doidas, retratos de pessoas dos bairros populares, com que nos podemos cruzar diariamente.
O problema é que quando começamos a ler, temos que percorrer
todas as páginas até chegarmos ao fim, sempre com um sorriso nos lábios entrecortando, aqui e ali, com umas boas gargalhadas.
Referências ao Cinema, à Música e à Banda Desenhada
( temas queridos deste blog)
deixam-nos a cabeça num perfeito redemoinho.
Luís Pacheco, com todo o seu poder de síntese, resumia este livro numa só frase "Um Livro-Bomba, uma obra de Arromba".
Esta obra teve ainda uma célebre adaptação para Teatro com António Feio e José Pedro Gomes nos protagonistas.
O autor, Dinis Machado, recém falecido com 78 anos, filho de um árbitro que era dono do Restaurante Farta Brutos,começou por querer ser poeta e jogador de futebol, trabalhou como jornalista desportivo, foi chefe de redacção da revista Tintin, organizou Festivais de Cinema, escreveu romances policiais com o pseudónimo de Dennis McShade e para além do imperdível
O que diz Molero, escreveu outros títulos que , injustamente, não tiveram o mesmo destaque que este ( Discurso de Alfredo Marceneiro a Gabriel Garcia Marquez, Reduto quase Final e Gráfico de Vendas com Orquídea ).
sábado, 4 de outubro de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário