Gosto de estar bem informado.Saber o que vai pelo Mundo, no campo da Política, das Artes e do Desporto.
Estar por dentro do que pensam os nossos Dirigentes, os seus projectos, a curto e longo prazo.
Conhecer os pormenores mais escabrosos e picantes, da vida das Estrelas.
Comparar performances, resultados e estratégias.
Analisar soluções, verificar deslizes orçamentais, seguir os timings previstos.
Em relação à Imprensa não perco um título.
Diários de referência ou regionais, jornais de escândalos e de crimes, desportivos, semanários ...leio tudo enquanto estou na bicha para pagar a gasolina na estação de serviço.
Tudo na diagonal e em leitura dinâmica.
Sócatres afirma que....Diana Chaves encobre envolvimento.... Cristiano Ronaldo por 94 milhões...Precisamos do dinheiro de Bruxelas...Hermann na SIC...Manuela Ferreira Leite entrevistada por....Soraia Chaves, faz de ninfomaníaca...Tiraram-me protagonismo, conclui Portas....Os dois Irmãos, novela da TVI....Zapatero, de férias em Palma...de Ouro para Canijo...e por aí fora, numa permanente captação vertiginosa de tudo o que de melhor acontece à nossa volta.
Em relação à televisão é o mesmo.
Não perco nenhum Prós e Contras, as entrevistas da Judith de Sousa, o Eixo do Mal e a Quadratura do Círculo, o Trio de Ataque, o Mário Crespo e a Manuela às sextas.
Nesses dias, ligo o plasma da sala.
Vejo a publicidade comodamente sentado no sofá, e quando os mencionados apresentadores aparecem corto, de imediato, o som.
Vou, então, até à cozinha e corto uma fatias fininhas de pão de Mafra.
Numas ponho manteiga, folhas de alface, tomate e carne assada.
Noutras, tostadas, com alho e azeite, ponho rúcula e mozarella.
Preparo um sumo de laranja natural ou um copo de leite frio e vou espreitando a sala.
Os políticos vão gesticulando, como num filme do Charlot.
Fazem carinhas, ora sardónicas , ora enfadadas. E o som, sempre no zero.
Só quando vejo os créditos finais é que reponho o volume.
Vejo, então, uma série passada em hospitais ou tribunais.
Depois vou dormir, com a sensação do dever cumprido.
De que aprofundei, ainda mais, o meu conhecimento das figuras públicas deste País.
E é assim em tudo. Se, no café me perguntam qual a política que prefiro entre a portuguesa, a espanhola ou a francesa, respondo logo que gosto mais do corpo da Bruni com os olhos da Grácio.
Se querem saber por qual dos três grandes torço, afirmo, sem hesitações, gostar das gravatas do Rui Costa, do penteado do Paulo Bento e do sobretudo do Jesualdo.
Entre o TGV e o Aeroporto, escolho o Controlo Remoto.
Entre o Merchandising, o Marketing ou o Franchising , prefiro o Zapping...
Sou um Cidadão bem informado...
...mas não me comprometo.
Zepo Vinho
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Se substituirem o leite por um whiskyzito, os olhos da Grácio pelo total da Teresa Caeiro, e ser lagarto convicto, está feito o meu retrato.
ResponderExcluirRi-me em surdina, porque estou a trabalhar(?).
Se o PMP é um cidadão bem informado como este devia ter vergonha pela comparação.
ResponderExcluirQuanto ao Conto, enquanto conto, tem graça.
Zepo Vinho você merece o meu apoio, isto se o conto corresponder à realidade.Só que eu sou o oposto.
ResponderExcluirPapo tudo o que me impingem mas refilo sempre com o mundo das mentiras que nos enfiam à moda de barretes.
Como dizia o saudoso Vasco Santana, chapéus há muitos mas barretes então são às centenas.
Escreva mais porque leitores também são às centenas.
Amigo Zepo Vinho ( onde é que eu já ouvi este nome?)gostei muito da sua estreia como contista no Galo e acho que a atitude narrada seria a mais inteligente a tomar, embora eu também não resista a ouvir e perder tempo com as inverdades e demagogias que , todos os dias, nos tentam impingir.
ResponderExcluirQuanto ao nome, será família do Vinho, do Porto?
O aparecimento de tantos novos, e bons, autores, minimiza o meu complexo de culpa por andar tão preguiçoso na escrita.
ResponderExcluirBelo Conto, de estreia ou não, com bons apontamentos de humor, o que não é nada fácil.
Palmas ao estreante (?).
Não será, antes, primo do Vinho, da Lagoa ?
Excelente sátira!!!!
ResponderExcluirE que bem se aplica aos abstencionistas que no dia a seguir às eleições reclamam e reclamam e reclamam..com a célebre expressão: eles deviam era...