Verão, que vale a pena (Parte II)

Morar nos arredores da capital tem algumas vantagens ( um dia destes dedicarei um post a esse tema).
Uma delas é termos alguns feriados desfasados o que é bem melhor do que parece.
E assim ontem, quarta feira, enquanto os lisboetas se dividiam em múltiplas tarefas, o agregado familiar lá de casa, com menos um elemento que já tinha programação própria, rumou a Setúbal para um merecido dia de praia mais para Sul.
Nada de filas e, em menos de um fósforo, já estavamos no interior de um AtlanticFerry, deixando para trás a cidade onde a Isa, La Payita e o Zé Manel passam grande parte do seu tempo.
Quinze minutos depois, já do outro lado, uma volta pelos novos arranjos paisagísticos de Troia, de que gostei francamente, assim como de alguns pequenos edíficios de poucos andares e muita Arquitectura. Achei o local bem mais agradável do que era dantes...

De novo, na estrada ladeada de cegonhas em voos planados, poses majestosas ou, simplesmente, na higiene diária.

A Comporta, em recuperações de azul, num retro tão à moda, nova paragem para um café, um queque, um folhado,"Ó Pai, então se estamos esfomeados!?!!!".

E depois o Carvalhal, com a suas cabanas de colmo e uma construção sem rei nem roque.

Deve ser por sermos republicanos...

Ali ao lado fica a Praia do Pego.

Uma "dificuldade" para se arranjar lugar à sombra, como se comprova pelas fotos anexas.

O Restaurante, que já foi o Aqui há Peixe !( do Reyno mais novo, irmão do célebre Gigi, que vai abrir novo espaço com este nome, no Chiado), chama-se agora Praia do Peixe, e pertence ao grupo Quinta das Lágrimas, do Júdice.

Lá de cima, das dunas observa a praia esguia que, lânguida, se espreguiça a seus pés.

E ali está, todo um areal só para nós.

Areia fina, na temperatura ideal, que uma leve aragem faz bater nas nossas pernas,

enquanto caminhamos para mais perto da água.

O rapazola, neste caso o Rodrigo, olha o mar agitado, de águas límpidas,

a preparar o mergulho.

Entre a meia dúzia de banhistas,

algumas figuras gráceis

desviavam a atenção do rebentar das ondas.

Um primeiro dia de praia, com banhos de sol e de mar, passeios na areia dura, meditações, leitura e um silêncio sublinhado pelas Tubular Bells, das sucessivas vagas, numa melodia repetida.

E, no final do dia, umas bruschettas com mozarella e tomate de Setúbal.

A cerveja, Boémia de pressão.

O fechar dum círculo, o acabar duma tarde magnífica.

A despedida da inauguração oficial do Verão não poderia ter sido melhor.

Para trás ficou o longo areal da Praia do Pego.

Começava a volta para casa.

A travessia de barco para Setúbal também teve a sua graça.

Na embarcação vinha o Rei da Cisjordânia, com um aparato de segurança, digno de um filme de acção da série B.

Metade do enorme barco, estava reservado para o monarca.

E os mirones eram mais que muitos para esmiuçarem todos os pormenores, à distância, da inesperada, e insólita, aparição.

Entretanto, junto à amurada, eu ia vendo dois grupos de golfinhos em cabriolices divertidas.

Fiquei a ganhar com a escolha...