"...Quando leio a palavra gafe num título, não consigo fugir.
Foi no PÚBLICO de ontem: "Matemática melhor, História com gaffe".
Numa época cada vez mais premeditada e coadjuvada por assessores de toda a espécie (alguns dos quais humanos), a verdadeira gaffe vai rareando.
Em contrapartida, quando aparece, é cada vez mais gira, como uma girafa.
Em 2001, o dicionário práfrentex e estraga-prazeres da Academia das Ciências de Lisboa sacudiu o segundo (ou o primeiro) f e as aspas.
Saltaram como pingos de lama das costas de uma cadela de raça estrangeira cujos avós já nasceram em Sobral do Monte Agraço, naturalizando-a portuguesa.
Ficou gaffe. No entanto, a definição não está mal (embora falte a gaffe falada):
"1. Atitude, comportamento, inconveniente, impensado e inoportuno, particularmente contrário às normas de etiqueta, de cortesia.
2. Erro cometido por lapso ou por negligência".
No exame de História do 12.º ano, havia um rodapé que informava os alunos que Gorbatchev tinha sido dirigente da URSS de 1985 a 2001.
16 aninhos! Dá a ideia que foi um ditador soviético da velha guarda, que resistiu à queda do Muro de Berlim e tudo.
Era 1991, claro. Foi uma gralha? Foi um erro?
Não, declarou Helena Veríssimo, presidente da Associação de Professores de História:
"Não é um erro, é uma gaffe".
Gosto de para aonde isto nos leva.
Isto não é uma piadola, é uma boutade.
Isto não é uma crónica, é um teste.
Nem tão-pouco me peidei: soltei um pet..."
Miguel Esteves Cardoso
Enviado por Alv ega
segunda-feira, 29 de junho de 2009
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