segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Elvis, the King and I

A primeira vez que vi o Rei Elvis Presley, mais de perto, foi num Cinema que havia na Costa da Caparica, onde fica agora, penso eu, o Centro Comercial O Pescador.
O Filme chamava-se King Creole, e eu, juntamente com dois amigos, o Quim e o , lá nos sentámos na plateia a aguardar o início da projecção.
Entretanto, na fila da frente, uma azougada adolescente, acompanhada pela Mãe, como era de bom tom na época, meteu conversa connosco.
A jovem, Natália de seu nome, tornar-se-ia com o decorrer dos anos, uma presença constante na minha vida, percorrendo vários matizes. A Mãe era a D.Isabel, de ar imponente e austero, mas gargalhada fácil.
Mas, na altura, nada disso se adivinhava...
Enquanto eu olhava embasbacado para aquela aparição, a moçoila só tinha olhos para o , de olhos verdes, que diziam parecido com o Ricky Nelson...
Não devo ter prestado muita atenção ao ecrán, porque não me lembro de uma única imagem do filme, e só guardo, na memória, para além da nuca da minha vizinha da frente, a música-tema do filme - King Creole.
"- There's a Man in New Orleans, who plays Rock'n Roll, he's a Guitar Man, with a great big Soul..."
Elvis Aaron Presley nasceu no Mississipi, em 1935, e tornou-se um Ícon da Música Popular, pelos seus extraordinários dotes vocais e pela sensualidade dos seus requebros, muito para a frentex, nos dias puritanos que , então, se viviam.
Conhecido como o Rei do Rock, ou Elvis the Pelvis, viria a gravar imensos Hits, e a estrelar inúmeros Filmes que, diga-se em abono da verdade, nunca ultrapassaram a fasquia do medíocre.






Don't Be Cruel, Love me Tender, All Shook up, Teddy Bear, Jailhouse Rock, It's Now or Never, Surrender, Crying in the Chapel, Blue Moon, são apenas alguns dos muitos títulos que alcançaram os primeiros lugares nas tabelas.













As principais influências musicais do King foram o cantor Dean Martin, a música gospel ouvida na igreja, o tenor Mário Lanza e o country.











A carreira de Elvis seria um somatório de êxitos, intervalados por uma ida à tropa, com direito a comissão na Alemanha, um casamento com a bela Priscilla, vários casos amorosos, como, por exemplo, com a sueca Ann- Margaret, sua colega em Viva Las Vegas, e muito Sex, Drugs & Rock'n Roll.

Elvis possuía um registo vocal com grande latitude, pois sendo barítono, conseguia atingir três oitavas e o registo de tenores e baixos, o que lhe valeu outro cognome - A Voz.


Entretanto a Natália , do Club de Fãs do Elvis, enviava-lhe Ursos de Peluche, que o Rei coleccionava, já esquecera os amores pelo meu amigo , e preparava-se para entrar nos loucos Anos 60.




Elvis Presley viria a morrer, com apenas 42 anos, num grande estado de degradação física, devido ao álcool, drogas, e a uma vida de dissipação generalizada.
Mas isso não o impediu de ficar na memória dos seus admiradores, para quem continua a ser, até hoje, o Rei.
The King Creole...


4 comentários:

  1. A memória, aqui, está a falhar-te!
    O cinema onde vimos o "King Creole" era um cinema ao ar livre, numa enorme esplanada que se chamava "O Ninho"; o que existia no tal lugar, onde hoje é "O Pescador", era uma "boite", onde nós dançávamos "à perna de pau", somente durante as tardes de verão, sempre sob o olhar atento da D. Isabel, o nosso "General", como tu, ternamente, lhe chamavas...
    Mas isso não é importante!
    O que interessa é que eu tinha acabado de sair do colégio de freiras e estava a entrar no mundo real, para fazer o 3º ano do liceu no D. Filipa de Lencastre...e, claro que acabei por chumbar! Com tantas coisas novas para descobrir, como havia eu de arranjar tempo para estudar?!
    E no Filipa, havia as meninas bem e mal comportadas; as primeiras, eram fans do Pat Boone, glicodoce como ninguém, de quem nós, as mal comportadas, éramos inimigas figadais! E todas acérrimas admiradoras do Elvis, juntando-nos em torno da Isabel T., presidente do respectivo clube de fans...
    A Isabel era, de todas, a que se portava pior; um dia, provocatoriamente, numa aula de Francês, pôs uma garrafa de vinho (não sei onde a foi buscar...) no chão, ao lado da carteira e esteve suspensa durante um mês!
    A professora era uma mulher tremenda, beirã, chamada Sílvia A., e uma vez fizémos-lhe uns versos, de que ainda me lembro, e que eram assim:
    A terra tremeu,
    a chuva parou,
    a porta abriu-se
    ...e a Sílvia entrou!
    Enfim, ingenuidades!
    E a ti e a outros, que íam esperar as meninas para a porta do Liceu (tu fazias desenhos e eu, quando estávamos zangados, passava por eles, espalhados pelo chão, como cão por vinha vindimada...), ela referia-se como "aqueles seres desprezíveis que estão lá fora!" - realmente, não sei como conseguimos sobreviver a uma Educação como esta, eu ali e tu em Tomar....e ficarmos "normalzinhos", enfim!
    É certo que o Elvis coleccionava ursos de peluche; então, eu e a Isabel estivemos uma semana sem comprar Bolas de Berlim na cantina do Liceu, para lhe podermos mandar um, de presente....que ele, obviamente, nunca agradeceu! Foi aí que tive o meu primeiro desgosto de amor...Nem o Tó Ricky Nelson, que nunca me ligou nenhuma, me fêz sofrer tanto!
    Mas deixando-me destas divagações, inevitáveis, e voltando ao Elvis the Pelvis, acredito que foi, pelo menos no que diz respeito à música de origem anglo-saxónica, a grande Voz e o primeiro grande irreverente nas suas aparições em palco (lá dizia o Leonard Bernstein...) que, a partir de certa altura, deixou de ter autorização para ser filmado da cintura para baixo...O "poder", lá como cá (apesar de ainda estarmos a viver dentro dos trinta anos de fascismo), ainda estava nas mãos da geração da minha professora de Francês...
    Seguiram-se muitos - lembro-me de Freddie Mercury, David Bowie, Mick Jagger, Robbie Williams, de tantos outros, gente sexy e excelentes "performers", só que o tempo já é outro. As mentalidades abriram-se e os limites esbateram-se.
    Que os deuses sejam louvados!

    PS Acho que me excedi, neste pequeníssimo BI; que me desculpes tu e, eventualmente, ainda outros!





















































































    Tinha acabado de sair colégio de freiras e estava a entrar no mundo real, para fazer o 3º ano do liceu no D. Filipa de Lencastr

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  2. Pois é, a "boite", como então se dizia, era a "Tropicália"...e ainda bem que não saímos tão"normalzinhos" como o Sistema queria que ficassemos, se não não estariamos aqui à conversa!
    Quanto aos teus excessos, são sempre bem vindos.

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  3. Não era a "Tropicália", era o "Copacabana"!
    Depois, eu é que tenho falta de memória!

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  4. Copacabana também é nos Trópicos. Quanto à tua memória só te esqueces do que te dá jeito...

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