Woodstock, Paz e Amor

Estavamos em Agosto de 1969, Thimoty Leary, professor universitário, incentivava o consumo de LSD, conhecida como a droga psicadélica, os estudantes, e largas camadas da sociedade civil, gritavam palavras de ordem contra a Guerra do Vietname.
A contracultura manifestava-se através do Flower Power, ou movimento Hippy, como também ficou conhecido. Os gurus da Índia e do Tibete atraíam imensos jovens com as suas filosofias alternativas, que pregavam o uso da não violência. Make Love, not War resumia toda essa maneira de estar.
"...if you go to San Francisco, put a Flower in your Hair...".

Estavam reunidas as condições para um dos maiores Festivais de Música de sempre - Woodstock.

Imaginem o que é reunirem, durante três dias, mais de 500 000 pessoas ( quando o limite previsto era de 50 000) a assistirem a espectáculos de, seguindo a ordem das fotos, The Who, Richie Havens, Ravi Shankar, Crosby, Stills, Nash & Young, Melanie, Joan Baez, grávida de seis meses, Joe Cocker, Santana, Jefferson Airplane, Janis Joplin, Jimmi Hendrix, que devido a sucessivos atrasos só actuaria na madrugada

de 2ª feira, quando já só estavam presentes cerca de 35 000 pessoas, Blood, Sweat & Tears, Creedence Clearwater Revival e Arlo Guthrie.

Sex, Drugs and Rock'n Roll, mas não só, pois o Folk, os Blues e até a influência oriental da cítara de Ravi Shankar, estiveram também presentes.

A fazenda, onde se realizou o Festival, era em Bethel, perto de New York, e foi considerada área de calamidade pública.

Woodstock representou um marco no movimento contestatário dos Anos 60 mas, para alguns, marcou o seu fim, ou o começo do fim.

Algumas curiosidades:

Os Beatles foram convidados, mas John Lennon

disse que só aceitariam se a Plastic Ono Band ,

de Yoko Ono, participasse ,

o que foi recusado pela organização.

The Doors, pensando que o Festival fosse

no Central Park, aceitaram,

mas ao saberem a localização definitiva,

fizeram marcha atrás.

Franck Zappa, também não quiz ir, alegando"...muita lama".

As condições climatéricas não foram as melhores, durante os três dias do Festival, com fortes chuvadas, culminando num temporal que fez interromper as apresentações durante nove horas.

Muitos dos músicos queixaram-se de levar choques eléctricos com os seus instrumentos

Para o público jovem, na sua maioria, foi uma curtição inesquecível.

Cenas de nudez, banhos de lama e uma onda colectiva de Paz e Amor tornaram o acontecimento mediático e as imagens mais marcantes percorreram os media internacionais.

Contudo, como acontece quase sempre a todos os movimentos de contestação ao status quo e às normas estabelecidas, a sociedade absorveu muitas dos símbolos mais superficiais desta contestação e, quer através da Moda, da Música ou, até, do relacionamento social, dilui-as, tornando-as inofensivas e aceitáveis.

Em 1970, Michael Wadleigh realizaria um sensacional documentário acerca de Woodstock, que deu a conhecer

a milhões de pessoas o que acontecera de 15 a 17 de Agosto,

naquela pequena fazenda norte americana.

No ano seguinte, essa obra recebeu o Óscar de Melhor Documentário.
Este jovem Hippy, na tropa em Moçambique, viu esse trabalho no velhinho cinema de Nampula, onde os filmes chgavam muito mais depressa do que acontecia em Lisboa.