Sebastião Salgado, Fotógrafo da Pobreza

Quem esperar do viajante compulsivo que Sebastião Salgado é, belas e exóticas paisagens, destinos de sonho ou, mesmo, figuras típicas, com estranhas indumentárias...pode tirar o cavalinho da chuva.

Sebastião Salgado fotografa pessoas, que deviam ser como nós, mas que estão em fuga permanente da guerra, da fome, enfim, da pobreza ou, então, outros, um pouco mais felizes, que trabalham, em geral, em condições sub-humanas.

As suas imagens fazem-nos meditar no ridículo das nossas preocupações com A Crise, a crise nas Bolsas, nos Bancos, na economia Mundial, na Energia, quando para as pessoas fotografadas por ele, não existe essa Crise.

O que os preocupa é poderem ter uma miserável refeição diária, que as crianças não morram ainda crianças, terem meia dúzia de caixotes a que chamem casa, um mínimo da dignidade humana que lhes foi negada...

Sebastião Salgado nasceu em Minas Gerais, Brasil, em 1944.



Formado em Economia pela Universidade de São Paulo, trocou esta pela Fotografia, após uma viagem a África .

Ao seu primeiro livro publicado, Américas, sobre os pobres da América Latina, seguiram-se exposições, um pouco por todo o lado.

"Espero que a pessoa que entre nas minhas Exposições não seja a mesma ao sair..."é uma frase sua.

"Mais do que nunca, sinto que a raça humana é somente uma. Há diferença de cores, línguas, culturas e oportunidades, mas os sentimentos e reacções das pessoas são semelhantes. Pessoas fogem das guerras para escapar da morte, migram para melhorar a sua sorte, constroem novas vidas em terras estrangeiras, adaptam-se a situações extremas..." pode-se ler na Introdução do livro Êxodos.

Sebastião Salgado foi já

agraciado com inúmeros Prémios como o da

World Prees Photo,

o Overseas Press ,

o Art Directors,

o Príncipe das Astúrias das Artes,

o Eugene Smith

de Fotografia Humanitária,

entre vários outros.

Em 1994, fundou com a sua mulher, Léllia Wanick Salgado, Imagens da Amazónia,

a sua própria agência de notícias.

Terra, Serra Pelada, Trabalhadores, Um incerto Estado de Graça, O Berço da Desigualdade, são alguns dos seus trabalhos, a não perder.