Maria Callas, Sacerdotisa do Canto

Filha de Pais gregos, Maria Kalogeropoulos, a nossa Maria Callas, nasceu em New York, mas por dificuldades económicas, teve que viajar para a Grécia, com a Mãe, aos 14 anos, onde estudou Canto, no Conservatório de Atenas.
Embora haja dúvidas acerca da data da sua estreia, é ponto assente que o êxito e reconhecimento mais generalizado, surgiriam em 1949, quando, na mesma semana, interpretou I Puritani de Bellini e Die Wakure de Wagner.
Os Anos 50 são o seu período mais áureo, com constantes espectáculos no Scala, Convent Garden e Metropolitan.

Senhora de uma elegância e beleza peculiares e intensas,

Maria Callas, seria objecto dos cuidados e atenções de muitos estilistas da época, com destaque para Christian Dior.

A sua colecção de vestidos e jóias ficou famosa, e originou, já depois da sua morte exposições itinerantes, em muitos museus.

Ficou famosa a sua rivalidade com Renata Tebaldi,

que incluíu brigas públicas e nas páginas dos jornais.

De um lado estavam os admiradores da Tebaldi e do tenor Del Monaco

e, do outro lado das trincheiras, os fervorosos adeptos da perfeccionista e temperamental Callas

e do seu habitual colega Di Stefano.

Maria Callas era uma autêntica Diva, senhora de uma voz única, cortante e poderosa, capaz de ilustrar todo o calor do sentimento mais intenso e, logo de seguida, a dor mais profunda.

Esta força da Natureza, veio a casar com o seu empresário Giovanni Battista Meneghini, de quem se divorciou, 10 anos depois, aquando da paixão arrebatadora, que nutriu por Aristóteles Onassis.

Seria, aliás, esse amor avassalador, que a afastaria dos ensaios e espectáculos, apressando o declínio da sua voz e da sua carreira.

A relação terminou, cerca de três anos depois, quando o armador grego passou a dirigir todo o seu charme, dinheiro e sedução para Jacqueline Kennedy, com quem viria a casar.



A partir dessa altura, Maria Callas, passou a viver uma vida de quase reclusão, na sua casa de Paris, aparecendo só, ocasionalmente, em alguns espectáculos e centrando-se na gravação de discos.

Em 1964, com o apoio de Franco Zefirelli, voltou aos palcos do Convent Garden, com a Tosca, ao lado de Tito Gobbi, naquele que seria o seu maior êxito de sempre.

Em Portugal, La Callas, actuou uma única vez, no Teatro Nacional de São Carlos.

A ópera escolhida foi La Traviata, lado a lado com o tenor Alfredo Kraus.

Já este ano, realizou-se, no Museu da Electricidade, em Lisboa, uma Exposição com vestidos, jóias, pautas e manuscritos da Diva, que morreu, em Paris, com um ataque cardíaco , ainda antes de festejar os 54 anos.

"- Gostaria de ser Maria, mas é La Callas que exige que eu me porte com dignidade", são palavras suas.

A Maria pode ter morrido, mas a Callas continua bem viva, entre nós...

...Bravo! Bravo!!!